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Fernanda Pozza

fernandapozza@hotmail.com

Papiro: "A" Planta

06/11/2012 00:00

Reservei este espaço para falar um pouco sobre a importância desta planta para as antigas civilizações, e por que não falar das atuais? Sim, pois os registros dos hábitos e cultura foram ali preservados, o que nos ajudou a entender um pouco mais sobre os egípcios, fascinantes!

Cyperus papyrus, ou simplesmente papiro, é uma planta famosa desde 40 séculos antes da era cristã. Magnificamente adaptada às margens do Nilo, onde acompanhava em grande quantidade o curso do rio, tem uma longa haste, sem nós nem folhas, de secção triangular e da grossura de cerca de seis centímetros, a qual termina por uma graciosa umbela em forma de penacho, formado por um tufo de pequenos ramos filamentosos verdes. O que aparecia acima da terra era, em síntese, uma planta em forma de junco com, aproximadamente, três metros de altura. Mas suas raízes também são longas, medindo às vezes seis ou sete metros, e com grossura igual à do caule. A espécie que crescia no tempo dos faraós está atualmente extinta. E a fama do papiro é mais do que merecida, pois foi ele que forneceu à humanidade um dos principais instrumentos do progresso: o papel.

Antes de serem usadas para a confecção de papel, as fibras de suas raízes ou das hastes eram empregadas para a fabricação ou calafetagem de embarcações, na confecção de pavios de candeeiros a óleo, esteiras, cestos, cordas e cabos resistentes, grossos tecidos, sandálias e outros objetos.

A parte inferior e carnosa da haste servia como alimento e dela se extraia, também, um suco muito apreciado.

Como papel ele foi adotado pelos gregos, romanos, coptas, bizantinos, arameus e árabes. Grande parte da literatura grega e latina chegou até nós em papiros. Ele continuou a ser utilizado até a Idade Média, sendo que uma bula papal datada do ano 1022 da era cristã ainda foi escrita sobre aquele material.

O papel dos egípcios era preparado da seguinte maneira:

- o caule da planta era cortado em pedaços de tamanho variável de até 48 centímetros. Neles eram feitas incisões para retirar a casca verde e permitir a separação das películas, em quantidade variável entre 10 e 12. Essas lâminas finíssimas, manuseadas com cuidado para não se romperem, eram estendidas em uma tábua inclinada sobre as águas, com a finalidade de serem molhadas constantemente.

- Sobre uma primeira camada de tiras, dispostas na horizontal, era colocada uma segunda camada de tiras, dispostas no sentido perpendicular. A própria água do Nilo, ao molhar as películas, aliada ao fato de que o material era martelado, ativava a goma natural da planta que, então, unia as tiras.

- As duas camadas de papiro depois de comprimidas, batidas e polidas com pedra pome, atingiam a maciez necessária para receber a escrita. Ainda que tênues e delicadas, as películas, unidas entre si e sobrepostas, ofereciam bastante resistência. A face melhor do material era aquela que tinha as fibras na direção horizontal.

- As folhas prontas, que nunca excediam cerca de 48 centímetros de comprimento por, aproximadamente, 43 centímetros de largura, eram coladas umas às outras para formar longas tiras que eram enroladas com a face de fibras horizontais voltadas para dentro. Uma vareta de madeira ou marfim era presa em cada extremidade do rolo de papiro, formando um volume.

Curiosidades:

O papiro mais largo encontrado até hoje pelos arqueólogos é um Livro dos Mortos, conhecido como Papiro Greenfield, e mede 49,5 centímetros de largura.

O mais extenso, o assim chamado Grande Papiro Harris, mede 41 metros de comprimento.

O papiro em rolo era um dos principais produtos de exportação do Egito antigo e foi, sem sombra de dúvida, um dos maiores legados da época faraônica à civilização.

Fonte: https://www.fascinioegito.sh06.com/papiros.htm